Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/87

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reparar se acaso tornava o moço a sua insistência de segui-los. Não viram eles porém que Estácio na primeira curva do caminho ganhara o arvoredo, e virando de rumo, fazia um rodeio para cortar o caminho à comitiva e encontrar-se com Gil, que de longe cantarolava um vilancete de sua invenção para dar-lhe sinal.

De feito a poucos passos apressados, dentre o mata-pasto surdiu o pajem com o riso nos lábios e o misterioso objeto na mão.

— Aí o tendes!... Vou-lhes no encalço!... Depois vos direi.

O cavalheiro, sem parar da batida em que ia, examinou o objeto. Era esse uma figurinha de ouro lavrado, como naquele tempo usavam trazer as damas, muitas e de vária feição, em molhos pendentes do bracelete, quais representavam emblemas de religião, armas e galanterias; quais, vultos de homens ou de animais de todas as castas. Aquele que Estácio examinava era imitação do cálix da Paixão e em torno dele estava atado um pedaço de finíssima holanda.

Que significava tudo isso?...

Era sem dúvida um enigma, que desafiava a perspicácia do inteligente cavalheiro. Desatando e