Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/122

Wikisource, a biblioteca livre

O mancebo abrindo a porta, a conduziu à janela por onde penetrara na casa, e à qual estava suspensa a escada de corda.

— Vede! É a primeira luz da alvorada que bruxuleia no horizonte!

— Como é possível, bem meu, se há tão pouco tempo anoiteceu; aquele clarão é da lua!...

— Não sentis esta brisa fresca e perfumada que brinca com os vossos cabelos?... É o primeiro hálito da manhã, fragrante como o de vossos lábios, senhora desta alma!

— Enganai-vos, amor meu; esta frescura e da viração do mar que sopra à meia-noite, quando as palmeiras abrem suas flores!... Ela nos diz que o dia ainda está longe.

Shakespeare foi realmente um grande fisiologista do coração humano. Dois amantes, em uma noite da América, representavam a mesma cena de amor, que o grande poeta desenhou na entrevista noturna de Romeu e Julieta, sob o céu da Itália.

De repente o primeiro rubor da manhã tingiu alguns capuchos de nuvem desfiados pelo azul do céu: a alvorada rompia.

— Duvidais ainda?...