Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/123

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— Não! exclamou a donzela estremecendo. Tendes razão; é o dia!

— Adeus, pois, doce Elvira minha!

— Quereis me deixar outra vez?

Cristóvão surpreso não respondeu.

— Cristóvão, senhor de minha alma, levai-me convosco. Não me abandoneis na solidão desta casa, imenso deserto, onde minha razão se perde! Tenho medo do enlouquecer! Levai-me convosco!... Por Deus e pelo nosso amor, por tudo quanto há para vós de mais sagrado, não me desampareis um só momento, não vos arredeis do meu lado, porque temo perder-vos para toda a eternidade. Eu sou vossa esposa; ninguém já me pode roubar a vós, que sois meu senhor e dono: devo acompanhar-vos.

Surgira no espírito da donzela a lembrança horrível do que ouvira ao P. Figueira, e que o embevecimento da presença de Cristóvão desvanecera até o instante da partida. Cristóvão também, escutando aquelas impetuosas palavras, recordou-se do que lhe dissera Elvira na sua carta.

— Sossegai, Elvira minha; não nos hão de separar. Mas dizei-me o que ouvistes que tanto vos horrorizou,