Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/126

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pensando que os pesares houvessem alterado a saúde de sua linda virgem.

Súbito outra revulsão operou-se no espírito de Elvira. As lágrimas espadanaram de seus olhos; e o seio ofegou soluçante. Caiu de joelhos e arrastou-se aos pés de Cristóvão, soluçando:

— Ainda há um meio de salvar o nosso amor, Cristóvão!... Matai-me neste instante!

— Que proferis, Elvira!

— O desejo de meu coração... Matai-me; nos reuniremos no céu! Nenhum poder já nos poderá separar.

— Tão pouca fé tendes em nosso amor, Elvira, que já perdestes toda a esperança?...

— Oh! vós não sabeis!...

Segunda vez a lembrança terrível do voto pruriu seus lábios, e segunda vez recalcada, abalou profundamente aquele coração.

— Não me quereis matar, Cristóvão? exclamou a donzela com veemência.

— Que turbação é a vossa, Elvira minha?

Elvira revestiu-se de uma energia estranha; e sua voz, embora surda e velada, vibrou ao ouvido do amante com uma entonação solene: