de suas palavras na fisionomia de D. Diogo. Este calou-se um instante visivelmente perplexo; mas tomando logo uma resolução enérgica, e revestindo ares de severa dignidade, fixou no seu interlocutor um olhar límpido e calmo, reflexo de uma alma leal.
— É D. Francisco de Sousa quem me interroga, ou o governador deste Estado?
— Suponde que sejam ambos! acudiu logo o fidalgo com um sorriso.
— Nesse caso: ao primeiro eu não responderia, mas cortesmente lhe pedira que mudássemos de assunto.
— E ao segundo?
— Diria com todo o respeito: — Não me interrogueis sobre este objeto, porque me colocaríeis na dura necessidade de desobedecer à vossa autoridade, para guardar a minha honra.
O governador rugou o sobrolho. Abandonando de repente a sua primeira tática, investiu direito ao alvo.
— É inútil a reserva, D. Diogo de Mariz. O roteiro de Robério Dias está em vosso poder.
O provedor ficou impassível.
— Negais?