Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/162

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nome, e não seria capaz de exigir de vós coisa que não fosse digna de um fidalgo. Quero dar-vos tempo para refletir, antes de uma decisão que vos pode ser fatal. Recolhei à vossa habitação: amanhã ao meio-dia, me direis a vossa última palavra, e espero em Deus que será propícia. Jurai que desde este instante até então o depósito que tendes em vosso poder não mudará de lugar!...

— Jurarei se o quereis, senhor governador. Mas amanhã, como hoje, a minha resposta será a mesma.

— Jurai!

D. Diogo satisfez o desejo de D. Francisco e retirou-se.

A reputação de astuto e sagaz que adquirira D. Francisco de Sousa era merecida. Ele contava que o pranto da família e a influência da noite operassem fortemente no ânimo do fidalgo e o rendessem à sua vontade. Desse modo evitava um ato de força, que empregado logo no princípio do seu governo e contra um fidalgo de alta linhagem e oficial superior de fazenda, seria perigoso. D. Diogo era pela sua inteireza e severidade de costumes geralmente estimado da gente