Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/183

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o esperava Molina; acudiu o frade a toda a pressa, caminhando atrás do guia, que, no açodamento em que ia, encontrava os passantes:

— Entre, padre-mestre! Depressa, que está a decidir.

Mas D. Aníbal tinha bispado o hábito preto de sua quijila, e logo após reconhecido o frade apesar do bioco com que buscava se disfarçar.

— Alto lá, rapaz. Entre você, mas cá o reverendo é meu amigo velho; temos que trocar duas palavras.

Chegando então ao ouvido do frade:

— O reverendo é teimoso; eu também sou; e o senhor governador, que aqui me mandou, ainda mais. Portanto melhor é que se desengane, antes que alguma lhe suceda.

O P. Molina fez um gesto de desprezo; depois erguendo a voz de modo a ser ouvido por dois sujeitos que passavam, interpelou o soldado:

— Mas, senhor soldado, veja bem o que faz. Não se deixa morrer assim impenitente uma mísera pecadora, que pede confissão!

Os passantes pararam para escutar. D. Aníbal procurou em seu espírito embotado alguma coisa