— Sua Mercê não ignora que para este hábito não há portas fechadas! respondeu o frade iludindo a pergunta.
— É certo. Na suposição porém de que não lhe pudesse falar, tinha longamente escrito. Queira o P. Mestre ler, enquanto de minha parte termino certos negócios da maior importância para mim.
O fidalgo passou ao frade a carta selada. Era a exposição do que ocorrera na véspera em palácio entre o governador e ele. Molina teve tempo de a ler duas vezes e meditar sobre a intenção do provedor, enquanto este escrevia rapidamente.
Afinal D. Diogo acabou o trabalho, e voltou-se para o jesuíta:
— Estou às ordens de V. Paternidade.
— À vista do que me refere Sua Mercê nesta carta, só me resta saber qual é sua intenção.
— Minha intenção?
— Eu me explico! Pretende o sr. Provedor ceder à autoridade do governador?...
D. Diogo o esmagou com o olhar.