Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/237

Wikisource, a biblioteca livre

mental, devia lhe estar a meia milha apenas, deixando pela popa a pouco menos a frota do governador.

Neste momento ribombou o canhão. Era a armada que intimava o inimigo para render-se. O galeão levava os fogos acesos e fora pressentido de longe. Estava conseguido o intento do P. Molina.

— Ao mar! Ao mar!... ordenou ele.

Imediatamente o canhão retroou avante.

— Imbecil!... murmurou o frade. Foge e se denuncia!

Súbito abriu-se vasto e imenso clarão. O mar nadou em luz. No seio da esplêndida irradiação desenhou-se o bergantim com as brancas velas enfunadas pela viração. Mas foi no ápice de um instante. Apenas impelida essa grande espadana de chama, logo entrou no seio profundo da noite com horrível estampido.

Pela madrugada estavam galeão e flotilha junto ao teatro da catástrofe nos Abrolhos. Os sobejos da chama atestavam que o navio incendiado fora de feito o bergantim.

D. Francisco de Sousa tornou a São Sebastião. O P. Molina seguiu a rota da Bahia.