Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/264

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voz cheia de unção e doçura, e o sorriso paternal que a orvalhava, insinuaram-se no coração desolado da aflita donzela. Ela sentiu que naquele instante era realmente o ministro do Senhor que lhe falava, e aproximando dos lábios a mão venerável, beijou-a contrita.

D. Luísa que não compreendera, trocou um sorriso de contentamento com o P. Figueira.

— Esperai em Deus que não desampara a sua criatura, filha!

— Só dele espero, padre, o perdão ou o castigo de minha culpa!...

— O perdão!... murmurou o visitador.

Afastou-se então com a viúva e o companheiro para o outro canto da espaçosa câmera, onde tomaram assentos:

— Sei, irmã, pelo P. Figueira das vossas pias intenções e da escolha que fizestes de nossa humilde casa para realizá-las; o que me excitou o desejo de ver-vos.

— Realizadas já estariam elas se dependessem unicamente de mim; mas obstáculos sobrevieram, de que haveis de estar bem informado.

— Sem dúvida; e também é esse um dos motivos da minha vinda