Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/318

Wikisource, a biblioteca livre

— Bem; persevere na sua obra.

Nisto arranharam à porta. Era o leigo que acompanhava um pajem; este trazia ao padre reitor da parte de D. Ismênia a notícia que acabava de desfazer-se o casamento de Inesita com D. Fernando de Ataíde.

— Corra à quinta de D. Lopo, e obrigue-o sem detença a partir para a casa de D. Francisco a exigir a confirmação da promessa que lhe fez.

Acabava o visitador de fazer essa recomendação, quando soou no corredor o passo pesado de Tiburcino, que o buscava; o carniceiro farejara Joaninha; esta como mariposa esvoaçava em torno de Gil, que naquela mesma manhã levara à Rua de Santa Luzia o cavalo para Estácio. Seguindo de longe a mulatinha que vira Gil muito contente, e estava curiosa de saber o motivo da súbita alegria, o magarefe chegou a tempo de ver passar a galope o cavaleiro em direção a fora de portas.

Seguiu o rasto; chegou a Nazaré, onde pouco depois assistiu à prisão.

— Foi preso em Nazaré!... disse alegre.

— Preso! exclamou o frade. Outra vez preso! À ordem de quem? Não sabeis?...

— Do senhor governador.