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Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/329

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na mente do mancebo, confrangeu-lhe o coração que passava assim de repente do almo calor ao gelo.

A desconfiança adormecida espertou:

“O astuto frade, depois de arrancar-me o segredo, mais depressa me deixaria morrer! Não há de ser assim!... Não!...”

O frade percebeu o que passava no espírito do mancebo, embora parecesse completamente absorvido a escutar os rumores de fora.

— Sabeis que movimento é este? perguntou ao mancebo.

— Preparam-se a fazer as honras que me prometestes, padre!... disse Estácio com um sorriso de escárnio.

— Só vos restam horas. Resolvei, filho; aceitais a vida que vos trouxe, e com ela a liberdade e a ventura?

— Não! Não! Não!...

O mancebo escandiu estes três monossílabos com uma lentidão calculada, para indicar o peso de vontade que carregava cada uma de suas negativas.

— Retirai-vos, para que eu morra em paz.

Molina envolveu-se no hábito, carregou o sombreiro, e chegando à porta, bateu para chamar o carcereiro.