Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/96

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popa. Ali estava o Governador D. Francisco de Sousa com sua comitiva, e ao lado o capitão-mor do vaso e oficialidade.

A presença do mancebo produziu no grupo de fidalgos e oficiais vária impressão. A beleza viril de sua fisionomia, que realçava nesse momento um assomo de intrepidez, inspirava interesse e simpatia; mas as roupas enxovalhadas no mar e no combate, as mãos negras de pólvora, deviam excitar uma prevenção a respeito da qualidade e posição do mancebo.

— Sois então o comandante da presa? interrogou o governador.

— Quem me interroga, e com que autoridade?

— Aquele pavilhão já vo-lo anunciou, mancebo! replicou o fidalgo com severidade.

— Como a bandeira real içada a meu bordo anunciou ao sr. capitão-general, que eu navego ao serviço d'El-Rei!

— Prudência, mancebo. Falais a D. Francisco de Sousa, governador, e capitão-general do Estado do Sul.

Estácio empalideceu:

— Acatarei em Vossa Senhoria a autoridade de El-Rei, nosso senhor...