Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/170

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partida entre a incredulidade que em sorriso lhe frisava os lábios, e um certo pavor que lhe penetrava mau grado seu a alma impressionada pela tristeza e miséria da vil criatura.

— É certo que sois adivinha?

— Experimentai e sabereis!

— Em que pensava eu quando chegastes?

A feiticeira volveu rápido olhar em torno, a ver se a escutavam as escravas, e respondeu abaixando a voz:

— Pensáveis naquele que está longe, e ausente no sertão, onde se foi em busca de riquezas para vos merecer!

Enrubesceu Inesita, e vexou-se, mas não teve ânimo de ordenar silêncio à feiticeira; esta continuou:

— Viste-o pela última vez, fazem hoje quarenta dias, nesta mesma casa! Quereis que pronuncie o seu nome?

— Não!... Não há mister!...

— Já vedes que adivinha sou, pois vejo em vossa alma como no espelho daquele trumó.

— Estais bem longe disso, mulher; o que dissestes não passa de meras suposições vossas.