Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/175

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e por ele. Cairei pois ali morta, nesse mesmo instante!

— Mísera senhora!... Cuidais que basta uma vontade firme de morrer para extinguir a vida em nós?... Como vos enganais!... Esta que aqui vedes já teve outrora um tempo de angústia cruel, em que a existência se lhe tornou execrável. Pensou como ora pensais. Recolheu seus espíritos e arremessou-se à eternidade com toda a força de seu querer. A morte a repudiou; enfim cobrou os sentidos, e achou-se viva. Conheceu que para partir-se deste mundo, é necessário extirpar a alma do corpo. Armou a mão de um punhal e sua mão tremeu, porque era fraca; tentou espedaçar-se caindo de uma altura sobre as pedras, e sua carne arrepiou-se com o pressentimento das dores cruas que ia padecer!...

— Na vossa ideia então eu não morrerei em querendo? exclamou Inesita trêmula.

— Caireis desmaiada sobre a laje; eles aproveitar-se-ão do vosso desmaio para abreviar a cerimônia, e quando tornardes em vós, sereis esposa de outrem!

Inesita sentiu gélido horror percorrer-lhe o corpo: