— A que feliz acaso devo eu a fortuna de vossa visita?
— Acertastes, comendador; feliz acaso! Soube neste instante que correis iminente perigo, e apressei-me a dar-vos aviso.
— Já vos rendo graças pela fineza, mesmo antes de saber a casta do perigo.
— Contaram-me, pouco há, na cidade, que iam correr os banhos de vosso consórcio com D. Inês de Aguilar, com quem estais justo e contratado para daqui a duas semanas.
— É exato, cavalheiro! Mas que tem isso com...
— É este justamente o perigo!
— Ah! é este!... exclamou Lopo surpreso.
— Se quereis meu conselho, retardai esse consórcio dois meses, dois anos... E melhor seria renunciar a ele!
— Por que motivo, não me direis, Sr. Cristóvão de Ávila?...
— Um homem há que se opõe a ele...
— Deveras!... Com que autoridade?...
— Reserva ele a razão de seu proceder para Deus e sua consciência.
— Entendo! Ressalva a reputação da nobre donzela!...