— Oh! aplacai vossos escrúpulos, mestre Cabral. O caso é de consciência!... Tenho em minha mão os dias todos que restam a certo indivíduo; mas como não careço de tanto, e só de sessenta, recorro à vossa perícia, pois sem ela corro o risco de exceder a conta. Entendeis o negócio?...
— A falar verdade, ainda não. Se o cavalheiro quisesse aclarar melhor o caso...
— Pois não. Deixai-me ver a bolsa que vos dei.
O físico fez uma careta, e como se vomitara sangue do pulmão, escarrou a bolsa do peito do gibão.
— Aí estão não sei quantas moedas, vinte pelo menos. Posso guardá-las todas comigo, pois não as ganhastes, recusando-me o conselho pedido; mas suponde que desejo apenas tirar duas, e vos peço que me ajudeis a separá-las... Entendeis agora?
— Perfeitamente! Então são dois meses?
— Nunca menos!
— Para determinar com certeza é preciso conhecer a pessoa.
— Um homem de trinta anos, robusto, antes