a corrida começou, dirigida, conforme todas as regras da nobre arte da monteria, pelo comendador. O herói da festa era um veado-galheiro, cuja fronte altiva coroava a alta e rija armação. Por muitas horas esse velho rei da mata zombou da velocidade dos fogosos ginetes e do faro dos cães; afinal, depois de uma batida contínua, exausto de sede e fadiga, arrimou-se a um tronco seco e voltou-se para fazer face à matilha; suas pontas agudas rasgaram o ventre a dois ou três cães; depois desfalecendo vergou a cabeça ao peso dos galhos e arquejou.
Garcia e Lopo chegavam a galope e com eles a chusma de caçadores. O mancebo, a quem fora designada a honra de dar o golpe de misericórdia, como aquele em tenção de quem era a caçada, recebendo do monteiro-mor o estoque, embebeu-o no pescoço do veado.
— Perdeste a aposta! exclamaram logo muitos cavalheiros.
— Nem é preciso que o físico decida!
— Nada, disse Cristóvão; sem o voto dele não me dou por vencido.
— Assim deve ser.
Foram em busca do licenciado que estava