Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/21

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Francisco chegara afinal à Serra do Sincorá.

Quando ele achou-se em face do velho pajé, todas as nuvens condensadas na fronte deste se desfizeram como as brumas da manhã aos raios do sol. Abaré vira sobre as faces brancas do guerreiro a cor de sua raça e nos olhos a centelha do sol americano.

— Foste tu gerado do sangue ou da carne de Tupi?

— Minha mãe era filha de Paraguaçu!

— Tu és de minha carne, e filho do meu flanco. Abaré e Paraguaçu saíram do mesmo ventre!

— Quantas luas contas? exclamou admirado o aventureiro.

— Tantas quantas eram precisas para ser pai do pai de teus pais!

O guerreiro interrogou o velho pajé sobre os tesouros que buscava; mas este apesar de sua boa vontade de ser útil ao neto de sua irmã, não deu notícia alguma importante. Nisto observou o aventureiro umas pedras miúdas e mui alvas, que o selvagem tinha engastadas nas faces; e chegando