Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/210

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igreja para se desobrigarem do sacramento da penitência, e pois não lhe causou aquele incidente grande reparo. Se porém se lembrasse do costume de terem as casas principais seu confessor privado, e a de D. Francisco o tinha em muito apreço na pessoa de Fr. Carlos da Luz; se lhe ocorresse a indisposição que existia entre os senhores de engenho e os padres da Companhia, não lhe passara tão desapercebido o incidente.

Depois de longa prática, o palanquim, onde ia D. Ismênia com sua escrava de confiança, tomou para Nazaré; o P. Molina, pois era ele o confessor, voltando ao Colégio, montou a possante mula, e encaminhou-se para o sítio de São Gonçalo a visitar D. Lopo de Velasco.

Na tarde deste mesmo dia foi Cristóvão à casa de D. Francisco. O fidalgo o agasalhou com a costumada cordialidade; até àquela hora ignorava o ferimento de D. Lopo; e pois gozava de satisfação do completo restabelecimento, que prometia a pronta celebração do consórcio. Irritado pelos sucessivos obstáculos que surgiam à realização de um acontecimento tão desejado, o castelhano, com o gênio ardente e insôfrego de que era dotado, resolvera apressar a cerimônia.

Comunicava naquele