Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/265

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— Em vossa consciência, Cristóvão, dizei-me: sois feliz hoje como fostes nos tempos de nosso malfadado amor?...

Cristóvão emudeceu; sua alma soluçou no peito, mas não veio aos lábios.

— Vedes?... Não sabe mentir vossa boca!... Felicidade, vos não posso dar mais neste mundo!

O cavalheiro curvou a fronte; as lágrimas rebentavam de seus olhos e banhavam-lhe as faces. Como a linfa que borbulha do bambu quando o rompem, era esse o pranto de uma alma dilacerada.

Elvira não chorava; já seus olhos estavam estanques de lágrimas e seu coração mirrado e seco da dor. Ela olhava tristemente o mancebo; e o pranto que desfiava de suas pálpebras, cada gota que tombava, era um resquício do extinto amor a transudar do nobre coração que a adorara outrora!

Passado um longo e silencioso momento, Cristóvão despediu-se de Elvira. Não se disse nessa despedida mais palavra do que costumavam nos dias passados; entretanto quando as duas mãos cerradas um instante soltaram-se uma da outra,