Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/33

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— Sim; ele manda-me a ti buscar as riquezas que lhe prometeste!

— Tupã ainda não mudou o rio do seu caminho, mas Abaré guardou para seu filho mais pedras que ele tem de cabelos na cabeça.

O pajé conduziu à gruta o guerreiro branco, e mostrou-lhe um grande vaso de barro cheio de diamantes brutos:

— Toma quantos quiseres!...

O desconhecido ficou lívido; súbito tremor percorreu-lhe o corpo.

— Por que tremes?

— Por quê?... Se meus companheiros vissem o que tenho diante dos olhos, nos matariam a ti e a mim, e derramariam até a última gota de sangue para disputar este tesouro.

O pajé vergou a cabeça e afundou-se na meditação.

O aventureiro vencendo a comoção que dele se apoderara, avançou a mão para o vaso; ao límpido tinir da pedraria agitada, sentiu uma descarga elétrica pela rede nervosa do seu organismo. Então apoderou-se dele um frenesi, quase um delírio; precipitou sobre o vaso, mergulhou os braços até os cotovelos; fez se despenharem do