Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/51

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os depoimentos do confessor e carcereiro, despachou imediatamente o comandante ao governador um oficial com a comunicação do acontecido.

D. Diogo ficou indignado; era a segunda vez que pela negligência ou desídia dos subordinados aquele mancebo zombava e escarnecia da sua autoridade. Enviou ordens umas sobre outras e para todas as partes; contestou a comunicação do comandante, declarando-lhe que ele responderia em três dias pelo preso evadido, se o não restituísse à justiça.

Entretanto o desconhecido dirigiu-se a um porteiro de maça que ali achava-se:

— Levai-me ao Sr. Governador.

— Que lhe quereis, e quem sois? perguntou o homem com a insolência da gente baixa que serve aos grandes.

— Dizei-lhe que o busca um desconhecido, o qual só a ele se descobrirá; que lhe traz aviso certo do lugar onde se acoitou o preso que esta manhã se evadiu da fortaleza.

— Segui-me!

O guerreiro subiu as escadas após seu guia, e atravessou os corredores cheios de gente curiosa.