Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/69

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ainda pela razão que sabemos.

Ouviu-se rumor do lado da entrada, vozes altanadas, estrupido de pés, e o esgrimir de espadas. Logo após soaram passos firmes e rápidos no corredor; pararam um instante, tiniu o ferro, depois continuaram; dir-se-ia um homem que perseguiam, e de espaço a espaço se voltava para afugentar o inimigo. D. Ismênia sobressaltou-se, avisada pelo sussurro que percorreu o estrado. O comendador ergueu-se e ia encaminhar-se para a porta.

Mas acabava de arrojar-se ali a estátua elegante de um cavalheiro, que da ponta da espada aterrava a ralé dos lacaios e escudeiros, e a paralisava a grande distância. Tendo feito um gesto de ameaça, o cavalheiro avançou até o meio do aposento; a criadagem armada de piques murou a porta.

— Venho de paz, já vos disse. Guardai-vos daí pois, se não quereis pagar caro a ousadia.

E dizendo estas palavras, o cavalheiro imprimia uma terrível vibração à lâmina da espada.

Inesita, que até ali se conservara indiferente