Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/78

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Preso o mancebo, viu-se já, como o fez revistar pelo carcereiro. Não se verificara pois a primeira suposição: restava unicamente a última, que desde princípio lhe parecera a mais provável. Nela pois concentrou-se o espírito do jesuíta.

Formulou então seu plano, admirável pela sagacidade e profundeza.

Era este salvar o mancebo da morte iminente e restituí-lo à liberdade. Realizada essa obra, ou o mancebo reconhecido ao benefício cedia à Companhia o roteiro mediante os aumentos que lhe prometera e a felicidade de obter a mão de Inesita; ou incrédulo e soberbo recusava, e apenas escapo, trataria logo de arredar-se da Bahia e pôr-se fora do alcance do governador.

Ora o mancebo, deixando a terra sem esperança de tornar a ela breve, devia levar consigo o roteiro, e portanto retirá-lo do esconderijo onde o ocultara. Essa era a ocasião de apanhá-lo com a boca na botija, como diz o anexim popular.

Foi em virtude desta combinação que o P. Molina mandou chamar João Fogaça, com quem teve uma prática secreta:

— O serviço que de vós