Página:As asas de um anjo.djvu/47

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nunca tive a ideia de que um dia viesse a ser seu marido.

ANTÔNIO – Mas então explica-me essa história dos tipos.

LUÍS – Dos tipos?... Não sei o que quer dizer.

MARGARIDA – Uma noite na tipografia estavas distraído, e em lugar de copiar o papel, escreveste não sei quantas vezes o nome de Carolina. (Surpresa de Luís)

CAROLINA – O meu nome?... como mãezinha!

ANTÔNIO (a Luís.) – Ainda pretendes negar?

LUÍS – Mas era o nome de outra moça...

CAROLINA – Chama-se Carolina, como eu?

LUÍS – Sim, minha prima.

ANTÔNIO – Pensas muito nessa moça, para te distraíres por ela a esse ponto.

MARGARIDA – Com efeito quem traz assim a lembrança de um nome sempre na ideia...

LUÍS – Que fazer, Margarida? Por mais vontade e prudência que se tenha, ninguém pode arrancar o coração; e nos dias em que a dor o comprime, o nome que dorme dentro dele vem aos lábios, e nos trai, Tive naquele dia esse momento de fraqueza; felizmente não perturbou o sossego daquela (