Página:As asas de um anjo.djvu/98

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A história do senhor é tão bonita.

VIEIRINHA – Lá isso, não se pode negar! É um perfeito romance.

LUÍS – Uma noite, no momento em que esse moço entrava, sua prima seduzida por seu amante, ia deixar a casa de seus pais.

MENESES – Oh! Temos um lance dramático.

LUÍS – Não, senhor; passou-se tudo muito simplesmente. Ele disse algumas palavras severas à sua prima; esta desprezou suas palavras como tinha desprezado o seu amor, e... partiu.

VIEIRINHA – Como! O sujeito deixou-a partir?

LUÍS – É verdade.

CAROLINA (com ironia.) – E a amava!

MENESES – Era um homem prudente.

LUÍS – Era um homem que compreendia o prazer.

PINHEIRO – Não entendo.

LUÍS – Ele amava essa moça, mas não era amado; nunca obteria dela o menor favor e respeitava-a muito para pedi-lo. Lembrou-se que deixando-a fugir, chegaria o dia em que com algumas notas do banco compraria a afeição que não pôde alcançar em troca da sua vida.