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As biografias históricas de Santos Dumont

Apesar dos títulos, não são histórias da aeronáutica os livros por José Garcia de Souza (A verdade sobre a história da aeronáutica, 1943; Evolução da aeronáutica no Brasil, 1945). São coletâneas de crônicas sobre assuntos aeronáuticos dos anos 1940. Não contêm biografias de Dumont. Mas o segundo contém uma bibliografia e uma coleção de fotos do aeronauta (em desordem cronológica, algumas com legendas erradas); ademais, é um dos pouquíssimos textos a mencionar, de passagem, alguns aviadores e aviões brasileiros ou no Brasil, no princípio do século XX.

Em 1944 surgiu outro livro de Lysias Rodrigues com o título Brasileiros pioneiros do ar. Cobre balões e dirigíveis, mas também aviação, ainda que brevemente. No que se refere ao grande Santos, é fraco, quase sempre fazendo transcrições dos livros dele. O mérito deste livro é ser um dos poucos a dar informações sobre outros pioneiros brasileiros dos aeróstatos, embora repetindo Domingos Barros (1940).

Aparentemente é de 1944 o livro sem data Três pioneiros do ar, de C. A. Werlang. Nele há um texto curto sobre cada um dos aeronautas brasileiros, Ribeiro de Souza, Augusto Severo e Santos Dumont, em linguagem destinada a público juvenil. Contudo, nem mesmo é um bom sumário da vida e da obra de Dumont; nada tem de original, e, mais do que isso, é um texto de conteúdo muito pobre.

Renato Sêneca Fleury lançou em 1944 seu Santos Dumont. Biograficamente ruim, é um pequeno texto infanto-juvenil, sem dados interessantes e impreciso (por exemplo, sem datas dos acontecimentos narrados).

Em 1946, Pedro de Almeida Moura lançou o seu História da aviação. A segunda edição, de 1951, aparentemente é mera reimpressão da primeira. É um texto infanto-juvenil, sem bibliografia, praticamente sem referências. Serve para iniciar o leitor em alguns nomes históricos da aviação, mas o teor informativo do livro é fraco. E, sobre o grande Santos, nada tem de novo ou diferente. Contudo, é um dos pouquíssimos textos a mencionar alguns aviadores brasileiros ou estrangeiros que, a partir dos anos 1910, voaram no Brasil.

Sem novidades, sem detalhes para o pesquisador, é o folheto Santos Dumont, genial brasileiro, com 19 páginas, por Newton Braga (1946). É um curto resumo da história conhecida; não oferece citações, referências a fontes, nem bibliografia.

Matias Arrudão lançou em 1948 seu Pequena história da aviação, com base na evidência histórica que era disponível na época, conforme pesquisa feita na biblioteca pública de Nova Iorque. Apesar da admiração e o carinho com que trata Santos Dumont, é uma das raríssimas obras entre nós que admitem a prioridade do voo dos irmãos Wright.

scientiæ studia, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 687-705, 2013

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