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Quando estavam terminando a refeição, alguém bateu à porta, que se abriu para dar passagem a um visitante. Carlos, Alfredo e Juvêncio não puderam conter um grito de alegre surpresa: o recém-chegado era aquele mesmo carreiro, com quem se tinham encontrado de manhã. Era irmão do dono da casa, e vinha também pernoitar ali, depois de ter depositado a lenha num sítio próximo.

No dia seguinte, Alfredo acordou com os tornozelos vermelhos e inchados. Ser-lhe-ia impossível continuar a viagem a pé, sem ter descansado mais algum tempo. O dono da casa declarou terminantemente que não o deixaria sair naquele estado: e a mulher começou logo a tratar o pequeno, lavando-lhe os pés com uma mistura de água quente, aguardente e sal.

Depois do almoço, o dono da casa e o carreiro saíram para o trabalho. Enquanto Alfredo ficava em casa, repousando, Carlos e Juvêncio foram a passeio, e internaram-se pelo mato próximo. Juvêncio sentia-se ali dentro como em sua casa, movendo-se e dirigindo-se com facilidade naquele intrincado de ramos e cipós.

— E se nos perdêssemos por aqui... — lembrou Carlos.

— Qual! Não vê como vou assinalando todos os lugares por onde passamos?

Efetivamente, de distância em distância, Juvêncio quebrava ou torcia um ramo, marcando assim, quase de passo em passo, o roteiro que seguia. O mato era rico de caça. O sertanejo, de vez em quando, mostrava a Carlos um rasto de animais