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XXIII. O PRIMEIRO DINHEIRO

No outro dia, cedo, depois de abraçar o dono da casa, o Júlio e o carreiro, os nossos três viajantes puseram-se de novo em marcha. Estavam dispostos a avançar o mais possível, ansiosos por chegar a Vila Nova quanto antes. Não tinham já um vintém de seu; e a matalotagem que levavam só podia bastar para dois dias...

Às nove horas pararam, para descansar, numa encruzilhada do caminho. Aproximou-se uma tropa, carregada de couros, também com destino a Vila Nova. Juvêncio entrou logo em conversa com os tropeiros. Eram dois. Queixaram-se da falta que lhes fazia um companheiro, que fora forçado a ficar em caminho. Juvêncio ofereceu-se logo para substituí-lo, dizendo pronto a ajudar a condução dos animais. Carlos ofereceu-se também. Os tropeiros aceitaram a proposta de ambos, com uma condição: os dois rapazes receberiam, além da alimentação, quinhentos réis por dia.

Seguiram. A tropa era grande — doze animais, que foram repartidos em dois lotes, ficando cada um deles a cargo de um dos tropeiros, ajudado por um dos rapazes. Alfredo continuou a caminhar