Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/117

Wikisource, a biblioteca livre

XXV. CENA TERRÍVEL

No dia seguinte, Quinta-feira, o fazendeiro mandou reunir o gado, para apartar as rêses que deviam partir. O serviço foi feito à tarde: reuniram-se quinhentas cabeças de bois, vacas, novilhos e bezerros.

Era um gado gordo e bonito, de pêlo fino e lustroso, grandes chifres esgalhados e retorcidos. Os animais vinham tangidos por seis vaqueiros, — uns a pé, outros a cavalo, todos vestidos de couro: perneiras, gibões, coletes e chapéus de couro.

— Porque é que os vaqueiros não se vestem como nós? — perguntou Alfredo a Juvêncio.

— Porque têm de atravessar caminhos difíceis: e vestem-se de couro por causa dos espinhos que lhes romperiam quaisquer outras vestimentas. Quem viaja no sertão, onde não há lagos, nem rios francos, nem estradas largas, mas somente matagais cerrados, precisa de vestimenta especial...

O gado foi todo recolhido a um “pastinho”, que havia perto da casa da fazenda. O fazendeiro ordenou aos vaqueiros que comparecessem no outro dia, bem cedo: