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— Amanhã apartaremos as reses, e ferraremos os novilhos e garrotes.

Às seis horas da manhã de Sexta-feira, começou o trabalho. As vacas e os bois, que deviam seguir, ficaram no “pastinho”. Para o curral vieram os animais que iam ser ferrados.

Acendeu-se uma grande fogueira de lenha; e os ajudantes puseram nela os ferros, para aquecê-los. Eram hastes de ferro, tendo numa extremidade, duas letras também de ferro; a outra extremidade cravava-se num cabo de madeira. Alfredo notou que as letras eram um J. e um P. unidos.

— Que querem dizer aquelas letras?

— São as iniciais do nome do fazendeiro: João Pedroso, — explicou Juvêncio.

Quando os ferros ficaram bem quentes, os vaqueiros foram buscar umas cordas fortes, de couro cru e torcido, tendo em uma das pontas uma argola de ferro, dentro da qual a corda corria, formando laço.

Um vaqueiro tomou logo uma dessas cordas, enrolou-as em várias voltas, e, segurando a ponta livre do laço, atirou-a na direção de um dos novilhos. A corda desenrolou-se no ar, e o laço foi cair certeiro sobre os chifres do animal, que ficou preso. O vaqueiro passou a corda em torno de um moirão, fincado no meio do curral, e foi puxando por ela. O novilho, assim que se sentiu laçado, começou a pular; mas o homem era forte, e o moirão estava bem firme no solo. Os outros vaqueiros tangiam o animal, que pouco a pouco foi sendo trazido para junto do toco, até ficar