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XXVII. UMA PESCARIA

Os viajantes dormiram tranqüilamente, refazendo as forças exaustas pela caminhada. De manhã, dispunham-se a partir, quando, Juvêncio lembrou:

Não seria melhor ficarmos aqui hoje? Corre ali em baixo um pequeno rio... Aproveitaríamos a água, lavaríamos as nossas roupas, que estão bem sujas.

Carlos concordou. Na falda do morro, em frente à casa, corria de fato um riacho, entre moitas de ingazeiras. Juvêncio, sempre jovial, ampliou a idéia primitiva:

— Vamos passar todo o dia à beira da água. Além de lavar a roupa, podemos fazer uma pescaria.

Alfredo aplaudiu a idéia. Compraram sabão, anzóis, um pouco de carne seca, e dirigiram-se para a margem do riacho. A lavagem das roupas foi rápida: Juvêncio molhava-as, ensaboava-as, e passava-as a Carlos, que as esfregava e torcia, batendo-as sobre as pedras; Alfredo, depois estendia-as ao sol, sobre os galhos baixos das árvores.