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XXVIII. AS LAVADEIRAS

Dentro em pouco, as cinco mulheres e os três rapazes formavam um só grupo.

A velha, a que gracejara com Alfredo, tomou o peixe e escamou-o em dois tempos, com grande admiração do pequeno que nunca a supusera capaz de fazer aquilo tão depressa. Depois, a lavadeira acendeu fogo, arranjou um espeto, e enfiou o peixe, temperado com um pouco de sal, levando-o às brasas.

— Maria! — exclamou ela a uma rapariga, que, pela idade e pelas feições, parecia ser sua filha — vai molhando essa roupa!

E, voltando-se para Carlos, perguntou:

— Aquelas roupinhas estendidas ali são de vocês?

— São.

— Estão corando?

— Creio que sim, — respondeu ele, com um ar de quem não entendia muito daquilo.

— Pois, vou mandar enxugá-las...

E, depois de alguns momentos:

— Vocês de onde são, e que estão fazendo aqui?