Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/131

Wikisource, a biblioteca livre

— Mas — objetou Carlos — o homem diz que a carta deve seguir já, e nós não podemos partir daqui sem que as nossas roupas tenham secado...

— Isso é o menos. Vosmecês ficam aqui. Eu sigo hoje, e dou conta do meu recado. Amanhã, quando tudo estiver pronto, vosmecês partem bem cedo, vão seguindo sempre o mesmo caminho direito, e encontram-se comigo em Riachinho.

— E com que roupa vai você?

— Vou com esta camisa velha, com esta calça molhada, que há de secar com o sol, e com o paletó de Carlos. Vosmecês levam o resto da minha roupa.

— Bem! Mas como havemos nós de achá-lo lá no arraial?

— Ora! Um arraial não é uma cidade; não é o Recife, nem o Rio de Janeiro... Olhe: deve haver lá uma igreja, uma capela...

— Há, sim, — acudiu a velha, que o escutara.

— Muito bem! Amanhã, do meio dia para a tarde, ficarei à porta da igreja à espera de vosmecês.

— Eles só não irão, — interveio rindo a velha, — se eu os prender lá em casa; — e apontou para a casinha. — E estou com muita vontade de fazer isto: quero guardar este vadio — e levou a mão aos cabelos de Alfredo — para o casar com uma velha que me criou...

Apareceu de novo o vendeiro, e entregou a carta ao Juvêncio. Os rapazes abraçaram-se, e Juvêncio, ao ver os outros comovidos, disse gracejando: