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XXXV. LADRÃO!...

Refletindo que certamente sentiria fome durante a caminhada, Juvêncio foi comprar um pão. Mas, quando meteu a mão no bolso, não achou um só vintém: os cinco mil réis, que eram toda a sua fortuna, tinham desaparecido... Com certeza, tinham caído do bolso, durante a luta.

O rapaz, desanimado e quase chorando, afrouxou os dedos, e ia deixando o pão sobre a tábua do balcão da venda.

— Que é — perguntou o vendeiro — perdeu o seu cobre?

— Perdi...

— Bem! Leve o pão! Não há de agora passar fome, além do desgosto de ter perdido o seu dinheiro! Leve o pão, e traga o dinheiro amanhã.

Juvêncio agradeceu a bondade daquele homem, que nele confiava sem o conhecer, e aceitou o favor. Esteve ainda algum tempo, às apalpadelas, procurando o dinheiro no chão da praça, mas não o encontrou. Resignou-se, e pôs-se a caminho.

Seriam, mais ou menos, nove e meia da noite, quando, já no meio da estrada real, tendo andado