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cerca de uma légua, o rapaz sertanejo ouviu atrás um tropel de cavalos, cujos cascos soavam alto sobre as pedras do caminho; e, daí a pouco, foi alcançado por eles. Vinham dois homens montados; e, além dos cavalos que montavam, traziam mais dois, pelo arreata. Quando avistaram Juvêncio, saudaram-no, e perguntaram-lhe se tinha encontrado outros viajantes por ali.

— Não, — disse ele — não encontrei viva alma!

— E para onde vai a esta hora?

— Vou ali adiante, àquele sítio, onde está a venda do Lima.

— Ah! Também vamos para lá. Não quer montar um destes cavalos?

Juvêncio aceitou com grande prazer a proposta. Apanhou o cabresto de um dos animais, arranjou-lhe um barbichado, quebrou um galho de árvore para empregá-lo como chicote e de um salto equilibrou-se sobre o cavalo.

Caminharam algumas quinhentas braças sem novidade. Mas, na primeira encruzilhada, saíram-lhes ao encontro três indivíduos, também montados. Saltaram ao chão, e foram empunhando as garruchas que traziam a tiracolo.

Mas os dois meliantes deram logo de rédea para trás e desapareceram a galope, fugindo. Dois dos recém-chegados partiram a toda a brida, a perseguí-los: o outro atirou-se sobre Juvêncio, agarrou-o, e jogou-o ao chão. Depois, apeou-se, e agarrou fortemente os braços do rapaz, de modo a tolher-lhe todos os movimentos. Ao mesmo tempo, dirigia-lhe injúrias: