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furtado foi uma besta muito boa, que encontraram no Angico. Saíram com ela, mas a besta fugiu. Seguiram então dois, o Pedroso e o Texugo, para os lados de Vila Nova. Viram bem o que podiam roubar aí, e voltaram para combinar com os outros o ponto de encontro.

“Enquanto esses andavam por lá, meu tio e o Zé Mano escolheram no mato um lugar em que pudessem armar um rancho; o lugar escolhido fica légua e meia para cá do Angico, junto do caminho que vai do Riachinho para o Angico e segue depois para o Juazeiro.

Ao dizer isto, Juvêncio não falava no ar; referia-se ao caminho por onde viera e descrevia lugares que bem conhecia. Lembra-se daquele mato em que entrara, havia dois dias, para beber, e via na memória todo o local: a grande volta do caminho, o trilhozinho por onde viera até o ribeirão, o passo que aí havia, a clareira, e o outro trilho por onde saíra até a estrada.

— E você não foi com eles? — perguntou o fazendeiro.

— Desta vez fui. Depois de escolhido o lugar para o rancho, voltaram para o Angico, e lá esperaram os outros que tinham ido a Vila Nova. Chegaram no dia seguinte, trazendo dois cavalos: um é o que está aqui, e o outro é um “ruço”, em que meu tio ia montado. Meu tio, que é o chefe do banco, indicou-lhes bem o lugar em que tinha feito o rancho; separamo-nos, anteontem, pela madrugada. Meu tio e o Zé Mano vieram furtar os animais daqui, enquanto o Pedroso e o Texugo foram ver se furtavam mais alguns adiante de Vila Nova.