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Ficaram aí até quase as sete horas. Ainda não era bem noite fechada, e o céu estava limpo, mostrando já duas ou três estrelas, que apenas luziam; a lua só devia sair lá para as oito e meia.

— Podemos seguir! — disse Juvêncio.

Tocaram os animais, tomaram o caminho; agora, Juvêncio seguia a pé, e marchava, fingindo uma grande atenção, afiando o olhar para um e outro lado. Ficaram todos silenciosos, e, aproximando-se do mato fechado, disse Juvêncio, ensurdecendo a voz:

— É aqui dentro, um pouco para baixo. Assim que eles chegam aqui (e o rapaz apontava para um trilhozinho que mal se via na luz escassa do crepúsculo), descem dos cavalos, e entram por esta batida, que vai dar numa abertura, junto do ribeirão que passa dentro do mato; atravessam o ribeirão, num passo que fica mesmo aí, e estão no rancho, que é logo ao pé, um pouco para a direita do passo. Os animais ficam amarrados numa aberta maior, que há um pouco para lá do rancho...

Então, começou Venâncio a dar ordens:

— Bem! Chico, você fica aqui fora com os cavalos; o melhor, até, é ir com eles para aquele capãozinho onde estávamos, e esperar-nos lá. Os outros vêm comigo, cada um com a sua garrucha pronta.

Dizendo isto, Venâncio empunhou logo uma pistola que trazia, e enveredou pelo cerrado, guiado por Juvêncio. Na sombra da mata a noite era completa.

— Se pudéssemos acender uma lanterna!... mas é arriscado; podem ver-nos e fazer pontaria