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sair; preferiu ficar ali, admirando a labuta dos ferreiros.

O patrão, ajudado pelo aprendiz, trazia as peças ao fogo, e ia depois de batê-las sobre a bigorna. Um outro operário, nos fundos da oficina, estava ferrando um cavalo, pregando-lhe nos cascos as ferraduras novas, que ali tinham sido feitas. Um terceiro, com o auxílio de uma grossa lima de aço, estava polindo eixos de carroças.

Alfredo corria, encantado, toda a oficina, examinando os objetos que se enfileiravam, encostados à parede: instrumentos, eixos de carros, montes de pregos, argolas de ferro, grades. Havia também chaves e fechaduras, porque a oficina era, ao mesmo tempo, uma oficina de ferreiro e de serralheiro. Alfredo sentia apenas que Juvêncio não pudesse prestar-lhe atenção, para lhe explicar a utilidade de todas aquelas cousas...

Mas o sertanejo não tinha mãos a medir: trabalhava deveras. A forja chamejava. O fole movia-se, com um ronco surdo. E enchia-se a oficina de um barulho metálico e estridente, que ia ecoar longe, animando todo o lugarejo...