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XLIV. UM ANÚNCIO

Carlos saíra, sem destino, para se distrair. Deu duas ou três voltas, e parou na venda da vila, — estabelecimento que era ao mesmo tempo armarinho, hospedaria e armazém de víveres.

À porta, um pequeno tomava conta de alguns cavalos arreados. Sentado no poial da entrada, um preto velho fumava cachimbo. De lá de dentro vinham vozes de pessoas que conversavam e riam. Carlos entrou para pedir um pouco de água.

Três viajantes, aos quais pertenciam, de certo, os cavalos que estavam à porta, jantavam em torno de uma mesa, ao fundo da venda. Tinham deixado sobre o balcão os chapéus, os rebenques e outros objetos de uso.

Bebendo água, Carlos reparou que, entre esses objetos, havia um maço de jornais dobrados e atados com um barbante, — e reconheceu logo que eram jornais da Baía. Imediatamente, surgiu-lhe no cérebro uma idéia: aqueles jornais trariam, talvez, notícias que o interessariam... Refletindo melhor, não pôde deixar de sorrir dessa idéia: agora que o pai estava morto, que poderia haver de interessante em tal leitura?