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XLIX. UM NEGOCIANTE DE FUMOS

Ao partir o trem de Vila Nova, Alfredo, com o seu desembaraço de criança, angariou logo um novo conhecido. Era um homem de meia idade, que trazia um grande cilindro, encapado de pano grosso e pardo, cosido a barbante nas duas extremidades: Alfredo, pelo aroma que se desprendia do cilindro, reconheceu logo um rolo de fumo.

— É fumo, não é? — perguntou o menino ao homem, para entabular conversação.

— É fumo, e muito bom! Fumo, como este, não se encontra por aí em qualquer parte!

— Vai vendê-lo?

— É a minha ocupação. Vou levar estas amostras à cidade da Bahia.

— E é um negócio que dá bastante dinheiro?

— Bastante... — respondeu o negociante, lisonjeado pela curiosidade do menino. — A Bahia produz muito fumo, e todo de primeira qualidade. Mais de trinta municípios do Estado cultivam e exportam em grande escala este produto. Há fumo, também, em outros Estados do Brasil; mas a produção mais notável é a da Bahia. Ainda acabo de ler, em uma gazeta, que