Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/197

Wikisource, a biblioteca livre

ultimamente, durante cinco anos, a exportação só de fumo em folhas, excedeu cento e trinta milhões de quilos, no valor de mais de cem mil contos de réis! E exportam-se ainda milhões de quilos em rolos, em charutos, em cigarros.

— E a cultura é fácil?

— Muito fácil. Na Bahia, esta planta dá espontaneamente. Basta um pouco de estrume, e algum cuidado para extirpar das plantações as ervagens perniciosas e para impedir as pragas dos insetos nocivos.

— Mas o senhor ainda negocia em outros gêneros?

— Atualmente, só em fumo. Mas já fui comerciante em cacau, em café, em couros...

— A Bahia é rica! — exclamou Alfredo.

O homem sorriu:

— Será muito rica! Muito rica, quando todas as suas riquezas naturais forem intensivamente exploradas. Na Bahia, há fumo, café, cacau, ferro, ouro, diamantes. E todas as lavouras, todas as indústrias e todo o trabalho, que há, não só na Bahia, como em todo o Brasil, progredirão, ainda muito mais do que hoje, quando todo o território estiver coberto de estradas de ferro.

Daí, a conversa, em que também já tomavam parte Carlos e Juvêncio, estendeu-se a vários assuntos.

O trem galopava, parando em poucas estações.

— Esta estrada de ferro é nova — explicava o negociante de fumos. — Até há pouco tempo, só havia estrada de ferro da Bahia até Vila Nova. Agora, ela vai até Juazeiro. São mais de quinhentos quilômetros.