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aos seus parentes. Eles dirão que resolução vocês devem tomar. Hoje mesmo à tarde devemos ter uma resposta. E venham comigo ao escritório! Mandarei um empregado mostrar-lhes a cidade, que é bonita.

Depois do almoço, desceram todos. Assim que chegou ao escritório, Mendes mandou um caixeiro passar o telegrama, e encarregou um outro, moço inteligente e esperto, de sair a passeio com os três meninos.

O passeio foi um encanto, principalmente para Alfredo, que s deliciava com o aspecto das casas e da gente, com o movimento dos bondes, com a animação das lojas.

— A Bahia, — explicava Honório, o caixeiro — tem dois bairros inteiramente distintos: a cidade baixa, que é apenas um bairro comercial, e a cidade alta, onde se concentra a vida das famílias. Conheço bem tudo isto, porque nasci aqui, e nunca daqui saí...

Viram a Escola de Medicina, o Palácio do Governo, o Senado, e entraram na praça Duque de Caxias.

— Que coluna é esta? — perguntou Alfredo.

— É o monumento do Dois de Julho, comemorativo do dia em que se firmou na Bahia a Independência do Brasil, sendo as tropas portuguesas derrotadas pelo general Labatut. O 2 de Julho é a grande data da Bahia: todos os anos, é festejada com grande pompa, organizando-se préstitos cívicos, que, depois de percorrer toda a cidade, vêm aqui depositar coroas e bandeiras. Vamos ver agora o monumento de Castro Alves!