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LV. A PARTIDA

A manhã do dia da partida foi toda empregada nos preparativos da viagem. Carlos e Alfredo ficaram munidos de boa roupa, — porque os parentes haviam recomendado ao negociante que lhes fornecesse todo o necessário. À sua custa, Inácio Mendes, também deu alguma roupa a Juvêncio, que devia ficar morando em sua casa, até seguir para Manaus. Um outro telegrama foi expedido para o Rio Grande, anunciando o embarque dos órfãos; e estes, depois de se despedirem da senhora do negociante, de Maria Nazaré, e Georgina, e do pequeno Otávio, desceram para embarcar.

No cais, esperando o bote que os devia levar ao navio, Carlos e Alfredo sentiram o coração apertado e não disfarçavam as lágrimas que lhes molhavam os olhos. Doía-lhes a separação. Ambos estimavam Juvêncio, como se ele fosse verdadeiramente um irmão. Juvêncio também estava triste; mas o seu bom senso, a sua inteligência prática de sertanejo faziam-no aceitar como uma fatalidade inevitável aquele apartamento.

— Isto não podia durar sempre! — dizia ele — e, depois, não vai haver uma separação; não se lembram do nosso juramento?