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II. NA ESTRADA DE FERRO

Às seis e meia, partiu o trem, – e lá se foram os dois, num carro de segunda classe, muito juntos, – e abatidos, não só pela aflição que levavam consigo, como pela fadiga daquela noite de vigília.

Era uma linda manhã de Setembro, fresca e radiante. Alfredo, que ia junto à janela, começou a olhar a paisagem, e entrou em breve, com a sua curiosidade de criança, já um pouco esquecido do desgosto que o oprimia, a interessar-se por aquele espetáculo que nunca vira. Nunca viajara em estrada de ferro, e tudo aquilo era novo para os seus olhos e para a sua inteligência. Mudo e pasmado de admiração, contemplava o sol que nascera de nuvens de fogo, e o céu azul, e as árvores orvalhadas, e os imensos campos aqui e ali cobertos de neblina.

— Oh! Carlos! que beleza! mas só vejo campos e matas... Onde está o mar?

— O mar ficou lá atrás; – respondeu o irmão – nós nos vamos afastando dele.

— E que é aquilo ao longe, aquela altura?