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— Alguns... O mar também tem fome, — e não é muito raro que a jangada, surpreendida pelo temporal, fique boiando sozinha, sem o seu jangadeiro, tragado pelas ondas ou devorado por um tubarão.

A jangada tinha desaparecido de todo. Agora, nada mais se via, senão o céu e a água... Desfez-se o grupou dos que conversavam, e os dois meninos ficaram ainda algum tempo contemplando o mar.

— Quantos perigos corre a gente aqui! — disse Alfredo.

— Nem tantos! — tranqüilizou-o Carlos. — Hoje a navegação é muito mais fácil, muito menos perigosa do que antigamente...

Ouviu-se um toque de sineta. Era a chamada para o jantar.