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LX. GUANABARA

O paquete avançava agora pelas águas calmas da majestosa baía de Guanabara.

Ao fundo, estendia-se a cidade, na curva da vasta praia, banhando na luz rosada da manhã as torres esguias das suas igrejas. Agora o dia triunfante avassalava tudo. O Pão de Açúcar, a Gávea, o Corcovado aprumavam-se radiantes. E havia um admirável contraste entre o espetáculo que se apreciava da proa do navio e o que se apreciava da popa. Atrás ficavam os montes de aspecto temeroso, uns cobertos de espessa vegetação, outros escalvados e nus; na frente, a cidade sorria, no seu tranqüilo despertar, animada e faceira...

O paquete ladeava a fortaleza de Vilegaignon, quando uma voz infantil disse ao lado dos dois irmãos:

— Vão à terra?

Quem falava era o filhinho mais moço do deputado, Dr. Caldas, que embarcava na Vitória; chamava-se Jorge, e contava apenas oito anos; o irmão, Rodolfo, tinha catorze. Nessas poucas horas de convivência a bordo, de Vitória até ali, Alfredo, com o seu gênio expansivo, facilmente