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LXXIV. UM VELHO AMIGO

E Juvêncio?

É tempo de saber o que foi feito desse bravo sertanejo, que tão amigo se mostrou dos dois pequenos viajantes, durante a sua triste peregrinação pelos sertões do norte.

Dois dias depois da separação, Juvêncio embarcava, à proa de um paquete nacional, em viagem para Manaus. Era quase noite, quando o vapor se fez ao largo; e a melancolia da hora, a tétrica solidão do mar, a tristeza e o abandono em que se via o pobre rapaz, quase o desesperaram. Caiu sobre um rolo de cabos, na proa do navio, a soluçar. Um marinheiro ainda moço teve pena dele, quis saber o que tinha; tentou fazê-lo levantar-se. Juvêncio não pôde, estava tonto. Veio-lhe o terrível enjôo.

No outro dia, o ar fresco da manhã, a vista da terra — o vapor seguiu a costa à vista — reanimaram-no um pouco. Reagiu, ergueu-se: estava bom.

Agora tudo era novidade para ele: a faina de bordo, o horizonte sem fim do mar, o revolver incessante das vagas, a vista da costa, — uma linha de dunas alvas, salpicadas de arbustos, e