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O tio sorriu, abraçando-o, confortando-o:

— Agora? Como? Esperemos! Quando suspeitamos a existência de uma desgraça, não podemos ter a segurança da sua impossibilidade, mas também não devemos perder toda a esperança. Esperemos! E vamos seguir imediatamente para Pelotas; hoje mesmo iremos para a estância, onde mamãe nos espera ansiosa.

Despediram-se do excelente Rogério, e partiram.

Deste modo, nem puderam ver o Rio Grande. Tiveram tempo apenas para almoçar e partiram. Viram o cais, e duas ou três ruas principais.

— Há povoações inteiras de alemães, aqui; são as antigas colônias, — explicavam-lhes os tios. É como em Santa Catarina...

Ás duas horas da tarde, chegaram a Pelotas. A cidade pareceu-lhes linda, situada numa eminência alegre. Mas a ânsia de chegar era grande.

Às cinco horas da tarde, estavam na “estância”, que é o nome dado no Rio Grande às fazendas de criação.

A velha avó não se pôde conter: recebeu-os em pranto, lágrimas ao mesmo tempo de prazer e saudade. Beijando-os, parecia-lhe beijar o próprio filho, que vira pela última vez havia onze anos. Quanto aos rapazes, esses continuavam naquele estado incerto de sonho e dúvida em que os havia deixado as palavras dos tios...